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Galeria de Textos produzidos pelos pesquisadores

A POMBA-GIRA E A GARGALHADA

(Bruna Carolli)

 

Resumo: A separação, a marginalidade e a agregação constituem ritos e momentos ritualizados que acompanham a formação cultura até os dias de hoje. A incorporação da Pomba-gira e sua gestualidade abrem espaço para a experiência ritualizada destes momentos. A crença na competência do riso desta figura, reflete a crença no próprio feminino e em seu poder. O presente texto propõe o estudo da gargalhada alinhada ao fenômeno da incorporação da Pomba-gira à luz das teorias da semiótica da cultura, do metáporo e do estudo do corpo na Comunicação.

NOVAS IMAGENS DO FEMININO NA CULTURA POP: símbolos, mitos e estereótipos em circulação

(Florence Dravet e Leandro Bessa)

 

Resumo: O presente artigo mostra como o arquétipo da mulher selvagem sobrevive e ressurge dentro de construções estereotipadas do feminino na cultura pop contemporânea, especialmente, na música e nos videoclipes. Para tratar desse arquétipo, partimos da figura brasileira da pombagira, símbolo de uma força feminina livre, selvagem, sensual e sexual. De acordo com a teoria de Warburg (2012), símbolos fortes ressurgem na arte devido ao caráter recorrente do pathos, que ele denomina pathosformel. Mostraremos, com o estudo de três figuras do feminino do star system mediático – a norte-americana Lady Gaga, a brasileira Valesca Popozuda e o búlgaro Azis – como um feminino livre, embora tenha sido devastado por séculos de falocentrismo, está ressurgindo e se manifestando na cultura pop.

Palavras-chave: cultura pop, feminino, pombagira, Valesca Popozuda, Lady Gaga, Azis.

Conferência apresentada no colóquio Comunicação e Arte: Políticas do Corpo, na Universidade Federal do Amapá". (UNIFAP)

(Frederico Feitoza)

 

Há pelo menos dois corpos que convivem hoje: o civilizado-tanático, biopolitizado, sedado pela abstração do pensamento, capturado pela imagem narcísica, pelas categorias operativas (masculino/feminino, sagrado/profano) e condicionado segundo uma repetição mecânica (que exercemos na frente do computador, na academia de ginástica, ao volante de um carro, etc.) e o selvagem-erótico, sem gramática e sem verbo, ouvinte de seus fluidos e orifícios, morto pela civilização, mas que nos assombra, vez por outra, cheio de vida inominável, através da incorporação de um outro muitas vezes socialmente inconveniente (na possessão, na psicose, no êxtase, na performance, etc.). Nossa proposta é apresentar a figura da Pombagira – entidade poderosa das religiões afro-brasileiras  – como categoria fenômeno ou categoria Exu que nos ajuda a pensar um feminino que vem sendo constantemente sepultado sob vários nomes pela civilização dos homens. Partiremos para tanto do problema: o que expressa o corpo da Pombagira? Na verdade o incorporado da Pombagira? 

A figura do feminino: um dos monstros catastróficos - reflexões a partir da tapeçaria do Apocalipse de Angers

(Florence Dravet)

 

O presente artigo parte do tema provocativo da Catástrofe e faz uma reflexão em saltos a partir de uma tapeçaria medieval, do século XIV, que pode ser vista no castelo do rei René, na cidade de Angers, na França. A obra traz a narrativa bíblica do Apocalipse, revelado ao apóstolo São João. Centramos nosso estudo sobre "a figura do feminino como um dos monstros catastróficos", abordagem relacionada a pesquisas atualmente desenvolvidas no contexto de um projeto interessado em indagar a presença e o lugar do feminino na cultura e na sociedade, na arte, na mídia e na religião.

 

 

 

O IMAGINÁRIO DO MAL NO CINEMA BRASILEIRO: as figuras abjetas da sociedade e seu modo de circulação

(Florence Dravet e Gustavo de Castro)

 

 

Resumo:  O artigo visa observar os trajetos de circulação de algumas figuras consideradas abjetas pelo imaginário cultural brasileiro: Exu e Pomba-gira, e suas relações com o que chamamos aqui de “lixo social”. Acompanhamos tais figuras através das personagens de três filmes brasileiros: Madame Satã, Cidade de Deus e Cafundó. Partindo da ideia de Circulação, segundo a qual a compreensão do trajeto efetuado pelas coisas é complexo e de difícil apreensão, recorremos a uma perspectiva histórico-social, mas também simbólico-cultural. Concluímos que o oculto é potencializador de uma força que permite a resistência, recorrência e ressurgência das figuras abjetas que nutrem o imaginário do mal brasileiro. Por fim,  abrimos a perspectiva da alegria como um dos motores dessa força potencializada pelo oculto.

Palavras-Chave: Imaginário do Mal. Abjeção. Pomba-gira. Cinema.

 

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